Vida Nova Após a Licença Maternidade

Comentei num post anterior sobre o retorno ao meu trabalho após a licença maternidade. Quando acabou e voltei ao trabalho, eu olhava para trás e só pensava que foram os 7 melhores meses da minha vida. É verdade que teve a fase do puerpério, que não é fácil, mas já comentei aqui que a memória apaga a parte ruim. Eu lembro muito mais dos nossos passeios no térreo do prédio para tomar sol, da gente deitadinhos no sofá ou na cama do meio de uma tarde chuvosa, de acompanhar cada fase do crescimento (e de olhar para ele todos os dias e dizer para congelar no tempo, cada mês é tão especial!).

Além de estar com o Nicolas em casa, eu nunca parei de trabalhar por conta da minha empresa (os blogs Vestida de Noiva e Vestida de Mãe são empresas, com equipe por trás e um monte de compromissos e despesas fixas). E foi exatamente este equilíbrio que eu amei: poder estar com meu filho em casa e trabalhar ao mesmo tempo. Acho que ficar só pensando em bebê integralmente eu teria ficado louca, eu gosto de trabalhar, produzir, realizar projetos. Mas trabalhar fora e perder a fase mais importante do desenvolvimento dos bebês, quando eles mais precisam de afeto, de proteção, de carinho, eu não queria perder.

Saí do meu emprego fixo leve e confiante de estar pronta para uma vida nova. Quando fecho os olhos e penso em como quero ser lembrada profissionalmente, é pelo meu projeto de vida com os blogs, e não trabalhando para uma empresa. Esse é meu foco (profissional). Quando a gente conhece nossas metas e objetivos, o caminho fica melhor desenhado.

Sei que meu caso é um meio termo e quero dizer que não foi fácil chegar até aqui. Foram 7 anos de vida dupla, trabalhando num emprego fixo e administrando meu negócio próprio à noite e todos os fins de semana. Sim, foram 7 anos de fins de semana sacrificados, afinal era o tempo que eu tinha para escrever no blog. Não saí do trabalho apenas para cuidar do meu filho como algumas mães optam – e não há nada de errado, cada caso é um caso. No meu caso, eu preciso trabalhar, preciso ganhar dinheiro e preciso me sentir realizada profissionalmente. Mas confesso que estou me sentindo muito realizada, foi um ganho enorme de qualidade de vida não precisar perder horas no trânsito para ir ao escritório, ter liberdade de horário, poder se dedicar mais à mim fazendo ginástica em horários flexíveis, poder levar Nicolas na aula de música ou artes no meio da tarde, poder acompanhar a alimentação dele, os médicos, poder brincar juntos na hora que der na telha – mesmo que isso depois signifique trabalhar madrugada adentro, que é o que tem acontecido todas as noites (quem tem empresa própria e ainda mais na internet, trabalha 24h!).

Confesso também que trabalhar em casa, em home office, não é nada fácil. O dia é consumido por pequenas emergências, como ir ao mercado comprar o ingrediente que falta para a receita, atender o técnico da TV a cabo etc etc etc. Quando você vê, o dia já está acabando e você não conseguiu nem trabalhar tanto, nem brincar tanto com seu filho, porque a gente fica tentando fazer um pouco de cada coisa. Eu, que sempre me considerei uma pessoa super organizada, estou me sentindo ainda perdida no cronograma do dia a dia. Na verdade, na falta de cronograma, preciso estabelecer melhor os horários.

A discussão sobre sair do trabalho para cuidar do bebê, ou voltar ao trabalho para ser realizada profissionalmente ou ainda ambos, cuidar do próprio negócio em casa, é grande e não existe certo ou errado – tenho certeza absoluta que não existe certo ou errado neste caso. O que existe é amar as suas próprias decisões. Eu sou a favor de você saber o que esta escolhendo e amar sua escolha, de forma que nenhum comentário te atinja.

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