Vencendo a SOP

Esta é a história da Isabella Carolina, mamãe do Victor, com final feliz!

Aos 17 anos descobri, em exames de rotina, que tinha SOP (Síndrome do Ovário Policístico) e que, por isso, teria dificuldades para engravidar… Mas, isso só se tornou bem real em minha vida, quando decidimos que era hora de ter um filho.  As características da síndrome são ciclos menstruais desregulados ou ausentes, obesidade, aumento de pelos no corpo, pele oleosa. Isso porque há um aumento de hormônio masculino. Além disso, em exames de ultrassom é possível verificar a presença de cistos nos ovários. Lembro que perguntei ao meu ginecologista se existia cura, e ele me respondeu que depois que eu engravidasse podia ser que melhorasse. Mas, o tratamento é o uso de anticoncepcional, para as mulheres que não querem engravidar, e indutores para as que querem. E é importante também controlar o peso, pois quanto mais obesa, pior fica a síndrome. É importante lembrar que muitas mulheres que tem SOP engravidam sem tratamento, pois como eu disse os ciclos são irregulares, mas pode ter ovulação.

Meu caso foi mais complicado. Usei o anticoncepcional durante mais de 10 anos. Quando decidi engravidar, devido aos meus exames e a minha ansiedade, já fomos direto para os indutores orais, não esperamos um ano de tentativas. Explico: apenas após um ano sem meios contraceptivos, e sem sucesso, ou seja, sem gravidez, que um casal é diagnosticado com problemas de fertilidade, e ai começa a busca dos motivos.  Fiquei mais de um ano fazendo tratamento com indutores orais, mas meu organismo não respondia bem. Ovulei apenas três vezes nesse ano, cheguei a engravidar, mas perdi o bebê uma semana depois do beta positivo. Chorei tudo que queria, fiquei no quarto escuro dois dias seguidos… Mas depois levantei e voltei pra luta…

Decidi que era hora de procurar um especialista em infertilidade. Fiz todos os exames e comecei com o tratamento com indutores injetáveis. Três ciclos se passaram, e nada. Os médicos me explicaram que meus ovários são muito difíceis, porque o limite entre ovular muito e não ovular nada é mínimo, com isso ficava difícil administrar as doses corretas do medicamento. Por esse motivo, eles acharam mais conveniente que partíssemos para a FIV (Fertilização In Vitro). Vou ser sincera, não era o que eu queria. Sonhava em ser mãe e queria muito que fosse “natural”. Mas, finalmente aceitei que não seria possível e que se eu tinha que passar por tudo isso é porque Deus tinha esse propósito na minha vida. Sempre fui muito mimada e tive tudo quando quis, acho que era hora de ter que lutar por alguma coisa!

Então, vamos lá! Ultrassom a cada dois dias, injeções diárias na barriga (que ficou toda roxa). Quando os folículos começaram a atingir o tamanho, mais injeção, pra bloquear a hipófise e eu não ovular naturalmente… E exames de sangue pra controlar os hormônios dia sim, dia não. Mas eu não reclamei de nada! Pelo contrário… Eu sabia que tinha que passar por tudo, e passei da melhor maneira possível… Sempre com muita fé em Deus! Que, tenho certeza, estava comigo o tempo todo…

No dia da punção dos óvulos meu marido colheu o esperma e a fecundação ocorreu em laboratório. Na hora da transferência, eu e marido acompanhando pelo ultrassom, o Doutor comentou que queria que toda transferência fosse como aquela! Gente, naquela hora eu senti a presença de Deus ali, tão forte, que eu sabia que estava grávida!

Chegou o dia do beta… Fui fazer o exame e fiquei aguardando o resultado… Entrava na internet de 5 em 5 minutos para ver se tinha saído o resultado, mas nada… Tive que sair e liguei para o marido olhar, nada… Na segunda vez, ele falou: Humm… 45,88… Acho que é… Fiquei meio tonta… Mas achei muito baixo… Fiquei feliz, mas ainda não pulei… Passou um tempo a psicóloga da clínica ligou pra dar a noticia… Perguntei: Ju, você liga só pra dar notícia ruim, ou boa também? Ela falou: Boa também, como agora! Parabéns, você está grávida!!! Depois fiz um ultrassom e lá estava meu saco gestacional… No outro, lá estava o coração do bebê batendo… Sim, eu estava mesmo grávida!

E hoje eu sou a mãe mais babona do mundo! Victor, razão da minha existência! Nasceu dia 16/12/2011, às 17 h, de parto normal (um dia antes do meu aniversário, o melhor presente de todos!). E eu passaria por tudo outra vez, para ter em meus braços essa coisinha linda!

Foto: Mari Camargos Fotografia Infantil

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