Papel de Pai

Por: Camilla Antunes

Uma das coisas que mais gosto de fazer na vida é cuidar. Da casa, do marido, do trabalho e agora do filho. Apesar de por um lado buscar a tão sonhada independência feminina, por outro, assumo com prazer o papel da esposa clássica, aquela que cozinha, organiza e coloca o lar em ordem. Até o Davi nascer era mais fácil exercer esse papel. No entanto, o tempo está cada vez mais curto. E eu já sabia que assim seria. Por isso, ainda na gravidez, me preocupei em incentivar o Leandro a assumir responsabilidades com o Davi.

O primeiro passo foi fazer um curso de banho e primeiros cuidados com uma doula bem conhecida aqui no Rio, a Stephanie, do Grupo Prepar. Acertei em cheio ao incentivar o Leandro a dar banhos no Davi. Ele estava super disposto a ser uma pai presente e o banho seria um momento bastante prazeroso para os dois.

Desde o primeiro banho (foi o Leandro quem deu), quase todos os banhos do Davi são no chuveiro com o pai. Isso ajudou a criar uma relação de segurança entre eles que será levada para toda a vida. Nós, mães, além de carregar os filhos por 9 meses, ainda os alimentamos. Nosso vínculo com eles é forte desde o início. Com os pais, é um pouco diferente. O vínculo paterno é construído ao longo da convivência (falo apenas de vínculo, não de amor). Quando o pai assume uma responsabilidade dessas, ele acaba antecipando a solidificação desse vínculo.

Foi o que aconteceu com o Leandro e Davi. A partir do banho, o Leandro foi assumindo tudo que não precisasse exclusivamente de mim. Todas as vezes que o Davi teve cólicas (e não foram poucas) foi ele quem o acalentou enquanto eu estava desolada no sofá. Quem segura o Davi para tomar as vacinas é ele. Foi ele quem cortou as unhas nas primeiras vezes e também é ele quem leva para passear na pracinha enquanto a mamãe resolve alguma pendência do trabalho ou visita à manicure. Aproveitamos o fato de trabalhar em casa para participarmos ativamente da vida do Davi.

Eu amo demais o meu filho, cuido muito bem dele mas nunca quis assumir o papel de super-mãe-que-faz-tudo. Acho muito importante dividir as responsabilidades com o pai. Importante para mim, que entre uma mamada e outra posso respirar ares diferentes e principalmente para o Davi que poderá contar com o pai para qualquer coisa. Além disso, se tem coisas que o Leandro faz melhor do que eu porque não passar para ele?

Diversas foram as sensações nesses primeiros cinco meses do Davi. Estreitamos os nossos laços enquanto família, conhecemos um amor diferente de tudo que já sentimos e tivemos calma para passar pelos momentos difíceis. E isso só fez nos fortalecer. Obrigada Leandro, por você cuidar tão bem da gente. Lá na frente o Davi vai sentir o mesmo orgulho grandão que eu tenho de você.

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