6 de novembro de 2012 -
Por Fernanda Floret
Por Dra. Camila Takase
Atualmente uma grande parte das mulheres está deixando para engravidar cada vez mais tarde. Seja por motivos profissionais, busca de estabilidade financeira ou por ainda não ter encontrado um parceiro ideal, estas mulheres podem contar agora com o congelamento de óvulos para facilitar uma gravidez no futuro.
A mulher nasce com uma média de 2 milhões de óvulos imaturos, e já na primeira menstruação este número diminui para 400 mil. Durante a fase reprodutiva, todo mês, mais ou menos mil óvulos são recrutados, porém apenas um óvulo atingirá o seu amadurecimento completo. Portanto, 999 óvulos são perdidos todo mês, o que significa um déficit de quase 12 mil por ano.
Com o passar do tempo, restarão poucos óvulos para serem fertilizados e além disso os que restarem, por já estarem “mais velhos”, têm pior qualidade e menor chance de fertilização.
O período ideal, com maiores chances de engravidar, vai dos 25 aos 30 anos. Após esse período, sua fertilidade vai caindo. Portanto se você está com 35 anos e pretende ser mãe um dia mas não agora, o congelamento de óvulos pode ser uma opção para facilitar uma gestação no futuro.
A vitrificação
Desde a primeira fertilização in vitro, ocorrida há 30 anos atrás na Inglaterra, muitos avanços na área da reprodução assistida têm ocorrido, beneficiando inúmeros casais com dificuldades para engravidar.
De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana (SBRH), o primeiro caso de gravidez com óvulo congelado ocorreu em 1986. No Brasil, este procedimento vem sendo feito com mais segurança e maior sucesso desde 2008.
Conhecido como vitrificação, o congelamento de óvulos consiste no armazenamento destas células em nitrogênio líquido, para depois serem fertilizadas em laboratório.
Antigamente, cerca de 90% dos óvulos congelados eram perdidos. Os óvulos congelados muitas vezes perdiam qualidade por serem armazenados de uma forma ainda não tão adequada, resultando em problemas de cristalização na hora do descongelamento. Atualmente, graças a vários aperfeiçoamentos que foram realizados em todo o processo, este número caiu para 10%.
Para isso a mulher recebe medicações para induzir a ovulação e assim produzir uma quantidade maior de óvulos. Posteriormente esses óvulos são puncionados e congelados pelo tempo que for necessário.
Assim que estiver decidida a ser mãe, os óvulos serão descongelados e fertilizados in vitro. Depois de formados os embriões, estes serão implantados no útero da mãe.
Hoje a medicina reprodutiva está conseguindo excelentes resultados, com chances que giram entre 30% a 40% de sucesso de gravidez. Um ponto interessante é que uma mulher de 40 anos, que congelou seus óvulos com 30 anos, tem a mesma chance de uma mulher de 30 anos que irá se submeter a fertilização, pois seus óvulos não envelhecem.
Outra situação que reduz a reserva ovariana feminina e na qual o processo de vitrificação é aconselhado é quando a paciente foi diagnosticada com câncer e será submetida a tratamentos oncológicos, como quimioterapia e/ou radioterapia na região pélvica. Nestes casos, a retirada dos óvulos para o congelamento tem que acontecer antes do início do tratamento, caso seja comprovado que estas células não estão completamente afetadas pela doença.
Vale ressaltar que na vigência do tratamento de câncer não se pode fazer de maneira nenhuma a estimulação hormonal, pois corre o risco de aumentar também a produção de células doentes.
Mulheres que irão passar por cirurgias em que será retirada parte do tecido ovariano (por exemplo, cirurgias de endometriose), também podem utilizar esta técnica para preservar o seu desejo de engravidar, assim como aquelas com histórico de menopausa precoce na família.
Qual a média de valores para o Congelamento de Óvulos?
Ótima matéria!
Também gostaria de ter uma ideia dos valores! =)
Eu acabei de passar pela minha primeira FIV o resultado foi negativo apesar dos meus 27 anos, eu só produzi 03 óvulos no período e somente 02 estavam realmente ideais para a punção. Se eu tivesse mais óvulos tinha optado pelo congelamento o que facilitaria muito a próxima tentativa.
Não sei ao certo os valores, mas o custo ainda é elevado pois as medicações utilizadas para induzir a ovulação são caras. O valor varia bastante. Procure uma clínica especializada em reprodução humana para obter o valor correto!
Excelente Post!!! Mas eu tenho uma dúvida: quando a mulher toda anticoncepcional ela não ovula, portanto ela não perde óvulos a cada mês, então quando ela decidir engravidar ela teria uma reserva maior de óvulos do que uma mulher que não tomou anticoncepcional???
Oi Carolina!
A reserva ovariana fica teoricamente um pouco maior, mas a qualidade vai piorando a medida q os óvulos vão “envelhecendo”. Nada adianta ter maior quantidade de óvulo se estes forem de pior qualidade!