A fase do Puerpério
No dicionário:
puerpério
pu.er.pé.rio
sm (lat puerperiu) 1 Ânsias e dores que acompanham o período do parto. 2 Tempo que vai do parto até que os órgãos genitais e o estado geral da mulher voltem ao normal. 3 Parto. 4 Criança recém-nascida.
Percebi que não contei ainda aqui no blog sobre minha fase de puerpério, aquela fase do primeiro mês do bebê em casa. Quem já passou por isso sabe: não é fácil. Mas sabe o que eu acho de verdade? Nosso cérebro deve ser programado para esquecer toda a parte ruim. Lembro que num retorno ao obstetra poucos dias depois do parto, ele ter perguntado sobre quando eu iria querer o segundo filho. Minha vontade era socá-lo, rs! Como uma pessoa em sã consciência podia pensar em ter o segundo filho depois de estar por vários dias sem dormir mais do que duas horas seguidas? Mesmo assim, eu lembro muito mais da parte boa do que da parte difícil. E confesso que tenho preguiça daquela conversinha “mimimi” de internet falando que você nunca mais vai fazer a unha, tomar banho etc etc etc. Lembre-se de focar a energia na parte boa, não no drama!
Problema: Privação do Sono. O mais difícil para mim, sem dúvidas, foi a privação do sono. Não poder dormir quando estamos caindo de sono é realmente de enlouquecer. No meu caso, trabalhando no blog sem parar, quando o bebê dormia durante o dia, eu jamais dormia, ia trabalhar. À noite, eu não me importava muito com a mamada dass 0h, às 03h da madrugada – sempre dormi pouco mesmo. Mas às 06h, não sei porquê, mas eu amo o sono do fim da madrugada e começo da manhã, era muito difícil para mim esse horário. E para piorar, depois desta mamada ele despertava e demorava um pouco para voltar a dormir. Eu ia para sala, ligava a TV, ficava assistindo aqueles jornais que passam na Globo de manhã (todos entre 5 e 09 da manhã, rs!) e ficava louca, eu não queria saber do tempo ou do trânsito, eu não iria sair de casa mesmo!! rs! E ao mesmo tempo, nem tinha forças para mudar de canal! Solução: não tem muita, mas vai melhorando aos poucos! Meu marido me ajudava bastante trocando a fralda do bebê à noite e dando banho, então já era um tempinho para eu poder descansar alguns minutinhos.
Problema: Seios muito grandes, escorrendo muito leite. Sobre a dor e dificuldade da amamentação nas primeiras semanas eu já falei aqui no blog, veja este post. Peça ajuda, é muito difícil passar por todo este aprendizado sozinha. Aqui vou falar sobre o lado mulher mesmo. Foi terrível. Eu ficava pingando leite o dia inteiro. Todos meus pijamas sujos de leite, sutiãs molhados, rastro de leite pelo chão, enfim, bom para o bebê que eu tinha todo esse leite, mas para meu lado mulher foi terrível, eu me sentia horrorosa. Solução: Eu não ficava de pijama o dia todo jamais, me sinto péssima de pijama largada em casa. Vestia sempre uma roupa, passava sempre um pó no rosto e blush. Já me sentia bem melhor.
Problema: Baby Blues. Eu não tive depressão pós-parto. Mas acho quase impossível uma mulher que ama seu trabalho, sua rotina e vida não sentir baby blues após o parto. Por mais que a gente esteja apaixonada pelo bebê, não tem como não pensar “o que eu fiz da minha vida… como será minha vida agora…”. Fora o lado incontrolável dos hormônios. Eu chorei sem motivo por várias vezes. Solução: Quanto mais elogios a gente recebe, mais o Baby Blues vai passando. Espalhe para seu marido, mãe e familiares que você também precisa de cuidados, não só o bebê. E preste atenção nos sintomas para saber se não é depressão pós-parto. Tem textos no blog sobre isso aqui e aqui.
Problema: se sentir de mal com o corpo pós-parto. Bom, sendo bem sincera, eu nem me senti tão mal! Graças ao parto normal, voltei ao peso inicial rapidinho. Eu acho que muitas mulheres se sentem mal porque se comparam com estas musas fitness que acabaram de ter filho (vide Bella Falconi e outras modelos e cantoras por aí). Sabe o que eu penso? Elas vivem da imagem delas, do corpo! O corpo delas já era maravilhoso antes de ter filho, fica mais fácil mesmo voltar ao inicial. Elas precisam se dedicar ao corpo no pós-parto porque está relacionado ao trabalho delas. Se não emagrecem, as pessoas comentam que estão gordas. Se emagrecem, as pessoas comentam que emagreceram rápido demais, rs! É difícil! Solução: Eu não fico me comparando com ninguém. Minhas prioridades são outras e tento emagrecer dentro do possível. Faço ginástica para ter disposição, não para ser musa fitness.
Não foi problema:
Fazer a unha: eu chamava uma manicure em casa de 15 em 15 dias (custava a mesma coisa que no salão!).
Tomar banho: quando o marido chegava em casa à noite, ele ficava com o bebê e eu ia tomar meu banho “relaxante”. Era o momento de realmente relaxar.
Sair de casa: eu fui conservadora no começo sobre não sair muito de casa com o bebê, exceto para idas ao pediatra. Mas tentava sempre que possível descer no térreo do prédio para uma voltinha de 10-15 minutos no solzinho. As pessoas que passavam por mim perguntavam quantos “meses” Nicolas tinha, eu respondia “2 semanas” e daí se espantavam em como eu estava bem! Isso elevava total minha auto-estima, rs!
Trabalhar: considero que me fez um bem danado poder trabalhar em casa cuidando dos blogs, que são minha empresa. Assim conseguia colocar “a cabeça para funcionar” pensando em outras coisas além do bebê. Amamentei livre demanda e trabalhei ao mesmo tempo. Acho super possível.
Não é fácil, mas o drama passa, os bons momentos e lembranças de ter um bebêzinho em casa para você abraçar, alimentar, dar e receber carinho ficam.
Minha filha nasceu 13 de outubro e na maternidade consegui amamentar e tirar alguns cochilos, foi fácil, mas quando fui pra casa a amamentação foi ficando difícil e minha rotina toda desregulada! Simplesmente não conseguia! Tinha dias que minha filha amamentou por três horas seguidas e se eu tirasse ela do peito ela chorava muito! Não conseguia comer, dormir ou arrumar a casa e acabava chorando junto com a bebê. No fim, na primeira consulta com a pediatra expliquei o que estava passando e ela pediu pra eu complementar a amamentação com leite artificial e sinceramente foi a melhor coisa pra mim. Dou o peito por quarenta minutos mais ou menos e depois completo com mamadeira. Minha mãe me ajuda com as roupas (lavar e passar) e hoje já consigo comer melhor, dormir um pouco, dar uma arrumada na casa e não ficar com cara de morta o dia todo e claro o mais importante: conseguir curtir a minha bebê como ela merece com muito amor e atenção.
Fernanda sempre trazendo leveza em suas postagens… Concordo que os mimimi da internet me irritam também. Acho que para dramatizar um pouco, sei lá.
Olá, Fernanda! Adoro seus textos e realmente as primeiras semana são complicadas e acho que a solução é ter ajuda! Não precisamos dar conta de tudo! Minha mãe me ajudava muito durante o dia ficando com meu filho para arrotar, dormir e trocar fralda e assim podia dormir e acordar para a próxima mamada. À noite era meu marido que ajudava com o jantar e o banho.
Gostaria que você falasse do seu retorno ao trabalho, minha licença está terminando e a dor no coração só aumenta, ainda mais que terei que deixar na escolinha!
Bjs
Adorei, Fer, como sempre!!! Li tudo tão rapidinho que já fiquei querendo mais! rsrs e olha que nem mãe sou ainda. Ainda preciso passar pela etapa “vestidadenoiva”.
Saiba que todos os dias eu já vou em duas Guias do meu navegador e só coloco a letra “v” para já acessar os vestidadenoiva e vestidademae.
Um beijão e parabéns pelos dois blogs!
Oi Fernanda!
Acompanho seus blogs desde 2009, quando estava noiva e visito todos os dias.
Tem um assunto que se não for muita invasão de privacidade gostaria que você falasse.
Seria sobre a recuperação da episiotomia que você sofreu no parto do Nicolas.
Obrigada!!
Oi Vanessa, acho que não tenho nada relevante para comentar. Precisei passar um spray que a maternidade me deu, para limpeza, e só. A recuperação foi tranquila, fica tudo normal depois. No começo tive também bastante incontinência urinária, que é normal do parto normal, mas melhora com o tempo. Beijos